O Ilê Aiyê é um bloco que nasce para resgatar a ancestralidade da cultura negra africana e a auto estima. Nasce como movimento de resistência, de inclusão do povo negro no carnaval da Bahia. Ficou mundialmente conhecido como o mais belo dos belos por mostrar a beleza de um povo que por séculos fora escondida, proibida e estereotipada.
Até os dias atuais vivenciamos casos de racismo no carnaval que é conhecido como a maior festa popular do mundo, o Carnaval de Salvador.
Durante anos alguns blocos proibiram a entrada de foliões negros, simplesmente pela cor da sua pele e por isso o Ilê nasceu. Mas infelizmente muitas grandes idéias se desviam pelo caminho do capitalismo selvagem dos empresários carnavalescos. Fiquei brutalmente chocada ao ver um outdoor do bloco que sempre nos expurgou para manter a fama de só ter "gente bonita", leia-se brancos, se unir ao bloco que sempre nutri admiração por sua História e origem, surge então o Camarote Eva Ilê.
Todavia o problema foi ainda maior, foi ver mais uma vez uma mulher negra ser agredida física, psíquica e verbalmente por um dos diretores do Ilê. Afinal não é segredo para ninguém que outras militantes do movimento negro outrora foram verbalmente insultadas, além de muitas outras mulheres que já foram agredidas e por medo se silenciaram.
O que é isso Ilê? Onde está a tua História? Onde está o teu respeito pelas nossas Candances: Aqualtune, Dandara, Mãe Hilda e Dayse Sacramento?
Estamos sendo tratadas pelos nossos como éramos pelos escravocratas.
Dayse, pode contar comigo no que for necessário.
Laina Crisóstomo, mulher, negra, feminista, comunista e advogada.
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